Vamos viajar um pouco no tempo e voltar há 10.000 a .C. para conhecermos um pouco mais sobre a história do artesanato. Me parece bem familiar o professor de história falando sobre o período Paleolítico, Neolítico, os homens das cavernas e umas tais pedras lascadas e polidas, não é? Confesso que para mim era uma verdadeira tortura, mas hoje é com muito prazer que farei esta viagem com vocês!
Nós poderíamos ir bem longe, há 2 milhões a.C, no Período Paleolítico ou também conhecido como Idade da Pedra Lascada, quando os homens eram essencialmente nômades e desenvolveram os primeiros instrumentos de caça feitos em madeira e osso, depois em pedra lascada e marfim. Foram feitas também as primeiras pinturas em cavernas, as chamadas “Arte Rupestre”. Mas não poderemos fazer uma viagem tão longa assim, senão vamos nos cansar e temos muito trabalho pela frente. Então vamos manter a idéia de voltarmos apenas 10.000 a .C.
Foi na pré-história Européia, em uma época conhecida como Período Neolítico ou Idade da Pedra Polida, que o artesanato começa a compor o cotidiano do homem. Foi quando ele aprendeu, como o próprio nome já diz, a polir a pedra, técnica utilizada para construir armas e instrumentos com pedras polidas mediante atrito.
É claro que nesta época eles criavam estes produtos para sua sobrevivência e como meio de comunicação, nada tinha a ver com a arte dos dias atuais. Mas de qualquer maneira esta atividade vai ao encontro com nosso conceito de artesanato. Sobretudo quando, mais para frente, começaram a fabricar utensílios de cerâmica para armazenar e cozinhar alimentos - nossos tais potes e panelas. É neste momento que é revelada a preocupação com a beleza e não apenas com a utilidade dos objetos.
E as descobertas não paravam. Foi ainda nesta época que descobriram a técnica de tecelagem das fibras de animais e vegetais (Tecelagem me parece um assunto interessante para nos aprofundarmos em uma outra postagem).
Agora vamos dar um grande salto na história e chegar na Idade Média. A partir do século XII o artesanato ficou concentrado então em espaços conhecidos como oficinas. Nestas oficinas o mestre oferecia roupas, comida e principalmente conhecimento; e os aprendizes, mão-de-obra barata. Com isso criaram-se as Corporações de Ofício, organizações para regulamentar o processo produtivo artesanal e proteger seus interesses socio-econômicos.
Com a Revolução Industrial houve uma desvalorização dos trabalhos manuais em detrimento a mecanização e a produção em escala. Com isso, teóricos do século XIX, como Karl Marx, John Ruskin e artistas, criticavam a desvalorização do artesanato pela mecanização.
Estes intelectuais consideravam que o artesão tinha uma maior liberdade, por possuir os meios de produção e pelo alto grau de satisfação e identificação com o produto e na tentativa de lidar com as contradições da Revolução Industrial, William Morris funda o grupo de "Artes e Ofícios" na segunda metade do século XIX, tentando valorizar o trabalho artesanal e se opondo à mecanização.
No Brasil, podemos pensar nos índios como os nossos mais antigos artesãos, já que, quando os portugueses descobriram o país, encontraram aqui a arte da pintura utilizando pigmentos naturais, a cestaria e a cerâmica - sem falar na arte plumária, isto é, cocares, tangas e outras peças de vestuário ou ornamentos feitos com plumas de aves.
O artesanato brasileiro é um dos mais ricos do mundo e garante o sustento de muitas famílias e comunidades. Esta atividade faz parte do folclore e revela usos, costumes, tradições e características de cada região.
Vale ressaltar que naquela época o artesanato era fundamental para a produção de roupas, móveis, tapetes, cobertores, utensílios domésticos, entre outros. Já nos dias atuais o artesanato está voltado para a produção de artigos ornamentais.
O artesanato brasileiro é um dos mais ricos do mundo e garante o sustento de muitas famílias e comunidades. Esta atividade faz parte do folclore e revela usos, costumes, tradições e características de cada região.
Vale ressaltar que naquela época o artesanato era fundamental para a produção de roupas, móveis, tapetes, cobertores, utensílios domésticos, entre outros. Já nos dias atuais o artesanato está voltado para a produção de artigos ornamentais.
Sei que nossa viagem foi um pouquinho extensa, mas é sempre muito prazeroso saber a história daquilo que amamos. Tudo isso faz com que eu me apaixone cada vez mais pelo artesanato. E tenho certeza que você que me acompanhou nesta viagem também ficou encantada pela arte e com vontade de colocar a mão na massa.
Obrigada pela companhia mas acho que está na hora de irmos fazer a nossa arte! rs
Erika Porto
jornalista e artesã
Érika, parabéns pelo texto!
ResponderExcluirAgora, gostaria de fazer uma viagem, mais específica, sobre a história do artesanato de Minas Gerais, o meu querido estado.
Que tal???
Ah...e parabéns também pelo blog. Tá lindão!